Degredado Afonso Ribeiro

Pouco se sabe sobre o degredado que ficou aqui no Brasil durante a expedição de Pedro Álvares Cabral. Seu nome era Afonso Ribeiro.
Estava pesquisando sobre ele e em uma dessas pesquisas encontrei uma matéria muito interessante:
A volta por cima de um condenado à morte
O genuíno Mr. América talvez fosse um degredado
Afonso Ribeiro. Poucos personagens ligados ao Descobrimento do Brasil estimulam tanto a imaginação quanto esse "mancebo degredado, criado de dom João Telo". Ribeiro foi um dos dois homens abandonados na Bahia pela frota de Cabral, quando, em 2 de maio, a esquadra içou velas rumo à Índia. Neste instante, Ribeiro e seu companheiro de infortúnio romperam em prantos, na praia. Seu choro foi tanto que "os homens daquela terra lhes confortavam e mostravam ter deles grande piedade", de acordo com o documento conhecido como Carta do Piloto Anônimo. Ribeiro e o colega eram condenados à morte cuja pena fora comutada em degredo. Não foram os primeiros "lançados" da história das navegações portuguesas. Nem eram os únicos degredados da frota de Cabral: outros três seriam deixados na costa oriental da África. Mas circunstâncias os tornariam razoavelmente famosos, em especial Afonso Ribeiro, citado na carta de Pero Vaz de Caminha.

À dupla caberia aprender a língua dos nativos e averiguar que riquezas a nova terra porventura possuía. Serviriam de intérpretes e informantes em futuras expedições à Terra de Vera Cruz. Mas quem poderia ter certeza de que iriam aportar no mesmo local onde Cabral lançara âncoras? E como reagiriam os nativos à presença de Ribeiro, já que, nas nove noites anteriores, não haviam permitido que ele pernoitasse na aldeia?

Essas respostas, e muitas outras, poderiam ter sido sugadas na voragem da História. Mas acabaram ficando conhecidas porque, 20 meses após seu desesperado pranto à beira-mar, Afonso Ribeiro e colega foram recolhidos pela primeira expedição enviada por dom Manuel para explorar o Brasil. Era comandada por Gonçalo Coelho, pai de Duarte Coelho, futuro donatário de Pernambuco. Dela fazia parte o cosmógrafo florentino Américo Vespúcio.

Após tocar em terra nos arredores do Cabo São Roque, no Rio Grande do Norte, a diminuta frota de Coelho e Vespúcio foi seguindo a linha da costa em direção ao sul e, em dezembro de 1501, chegou à Baía de Cabrália. Ali encontrou e recolheu Afonso Ribeiro e o outro "lançado". Ambos tinham muito a revelar - e seu relato iria se transformar num dos maiores best-sellers da Europa renascentista.
Matéria retirada do site:

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